Onde vamos parar?

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É certo e sabido que os portugueses têm uma máxima que diz que “o que vem de fora é que é bom”. O mais irónico é que esse pressuposto sai muitas das vezes da boca de portugueses que nunca sequer saíram de Portugal ou, quanto muito, da Península Ibérica.

Naturalmente que nem tudo o que vem do estrangeiro é bom, o que está sim a acontecer é que cada vez mais o que existe cá dentro é pior. E, sendo assim, cada vez encontramos um maior fosso entre este Portugal e o resto da Europa.

O mais absurdo é que Portugal é um país de potencialidades, aliás como já o demonstrou na história através dos áureos séculos das descobertas marítimas. Temos umas excelentes condições climatéricas, uma enorme costa marítima repleta de magnificas praias e extraordinárias paisagens de norte a sul, isto só para enumerar alguns aspectos positivos que são independentes dos seus habitantes.

O que está então a correr mal para que este país esteja quase a bater no fundo? Será só um problema político/governamental? Ultimamente tenho-me apercebido que a questão não se resume só a isso. Na minha opinião estamos a atravessar uma crise identitária que resulta numa falha de sentido comunitário, que por sua vez leva a que cada vez estejamos menos participativos e cada vez mais irritados. Claro que isto tudo vem sendo polvilhado com uma crescente falta e falha na educação das recentes gerações.

Todos os dias registo mentalmente episódios que atestam esta minha teoria. Quero partilhar convosco um desses momentos. No passado domingo estava eu a sair do estacionamento e, como vem sendo “anormal”, os carros que estavam em circulação não me deixavam sair. Devido ao limitado espaço de manobra a saída não era fácil e quando vislumbrei uma aberta lá comecei a sair com o carro. Mas num instante um apressado, com medo que eu lhe passasse à frente, acelerou e fez questão de tocar a sua sonora buzina. No banco de trás do seu carro vinha uma menina de uns 7/8 anos que fez questão de realçar, apontando com o dedo para a sua testa, de que eu era maluco.

Eu fiquei de tal forma indignado que logo lhe desejei: “hás-de sair uma grande puta quando fores grande”. É claro que depois tive um momento para fazer a minha remição. Mas agora percebem a questão da falta de sentido comunitário, a falta e falha na educação e toda irritação que encerra este país?

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Publicada porLuy  

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