Sit and enjoy... not the silence, but the music...

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A viragem do milénio tem trazido à cena musical um conjunto de reminiscências da década de 80. Os novos grupos foram os primeiros a fazer essa recuperação, mas aos poucos os originais desse tempo estão, eles próprios, a fazer essa escavação arqueológica. É uma tendência, e é impossível contornar essa questão quando apresentamos o álbum Playing The Angel, o mais recente dos Depeche Mode, editado em Outubro de 2005.

Desde que em 1981 estrearam Speak & Spell, de onde se extraiu Just can't Get Enought, que os Depeche Mode são uma presença constante no mundo da música. Contudo, as raízes do grupo formaram-se logo em 1976 pelas mãos de Martin L. Gore e Vince Clarke.

Vince Clarke era considerado a alma do grupo, visto ser ele o criativo da maior parte das letras e músicas do grupo. Segundo a crítica, ele colocou em risco a sobrevivência dos Depeche quando prematuramente decide sair para formar os Yazoo, com a Alison Moyet, e um pouco mais tarde os Erasure, com Andy Bell. Os Depeche Mode estavam a começar a ganhar notoriedade e colocavam-se muitas reticências sobre a sua continuidade. Mas os elementos que se mantiveram mostraram que Vince Clarke não era imprescindível e têm conseguido ao longo dos anos contrariar todo o tipo de adversidades, entre elas a saída de Alan Wilder (teclista) em 1995 e o vício de heroína e tentativa de suicídio de David Gahan (vocalista).

Playing The Angel, gravado em Santa Barbara, Nova York e Londres, é o 10º álbum de originais dos Depeche Mode. O álbum inclui três faixas escritas por David Gahan, que pela primeira vez faz uma incursão por esta área, estando a produção a cargo de uma parceria da banda com Ben Hiller, que já produziu trabalhos dos Doves, U2 e Blur.

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Os Depeche Mode são talvez a única banda britânica da vaga electro-pop que ainda sobrevive à passagem dos anos, adequando o seu estilo mais alternativo do pop às novas tendências. Esta atitude tem-lhes garantido uma carreira de sucesso que é reconhecida por toda a Europa.

A partir de 1987, com o álbum Music for the Masses, o grupo sentiu o reconhecimento mundial através do êxito de singles como Never Let Me Down Again, Strangelove e Behind The Whell. Para testemunhar esse momento editaram Depeche Mode 101 (1989), um álbum de um concerto ao vivo nos EUA, que também teve edição em vídeo, e que evidenciava a conquista do grupo em território americano. Com ele relançaram clássicos da banda como Everything Counts.

No início da década de 90 o grupo contínua a invadir as tabelas de venda, desta vez com Violator (1990), provavelmente a sua obra prima, que dá origem a singles fortes como Enjoy the Silence e Personal Jesus. Depois seguem-se, em 1993, Songs of Faith and Devotion (I Feel you, Walking in my shoes) e, em 1997, Ultra (Barrel of a Gun, It's no Good).

Os Depeche Mode já tinham regressado este milénio em 2001 com Exciter (Dream On), mas este Playing The Angel criou desde início maior expectativa, sobretudo com a apresentação do primeiro single, Precious, que nos recorda Enjoy the Silence. O próximo a sair é A Pain That I’m Used To, que se assemelha mais aos ritmos de Songs of Faith and Devotion. Por seu lado a faixa 2, John The Revelator, remete-nos para os seus trabalhos dos inícios 80. Por fim, como em todos os álbuns, Marin L. Gore, o principal compositor dos temas da banda, tem uma participação num solo em Damaged People, mais uma das suas baladas delicadas, ao género de outras como Home ou Somebody.

À partida não é um álbum imediato, mas para quem sempre gostou de Depeche Mode verificará que ele reune um pouco de tudo o que o grupo fez ao longo dos tempos e não ficará desiludido logo na primeira escuta. E, concerteza, não vai querer perder a Touring the Angel, que vai passar no Pavilhão Atlântico a 8 de Fevereiro, que por acaso já está esgotada há uns meses.

Depeche Mode – Playing The Angel [2005]
(Nota: 7/10)


1. A Pain That I’m Used To (***)
2. John The Revelator (***)
3. Suffer Well (***)
4. The Sinner In Me (***)
5. Precious (****)
6. Macro (****)
7. I Want It All (****)
8. Nothing’s Impossible (***)
9. Introspectre (interlúdio)
10. Damaged People (***)
11. Lilian (****)
12. The Darkest Star (**)

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Publicada porLuy  

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