Estão quase a completar-se quatro meses desde que Michael Jackson morreu e, pelo que temos assistido neste período, não tem sido difícil perceber que o auto-intitulado Rei da Pop passou a ser mais valioso depois da morte.

Todos os seus discos voltaram a estar presentes nas tabelas de venda, uma circunstância a que não assistíamos desde meados dos anos 90, e agora nos cinemas vai estrear um documentário com imagens dos ensaios da sua última tour, intitulada This Is It, que nunca chegou a acontecer. Apenas serão duas semanas de exibição, o que fará os fãs correr para as salas de cinema de todo o mundo, continuando a alimentar a histeria em torno do ídolo.

Para quem nunca tenha feito uma comparação entre as biografias de Michael Jackson e de Madonna, elas têm alguns pontos em comum. Em Nova Iorque Madonna, na abertura da cerimónia dos prémios da MTV americana deste ano, proferiu um discurso de homenagem ao Michael Jackson, em que revelou as semelhanças entre ambos. Mas o discurso serviu sobretudo para enfatizar as dificuldades na vida pessoal de Michael Jackson, a par do seu génio artístico, que imediatamente foi relegado para segundo plano a partir do momento em que se transformou no alvo de uma campanha de "caça às bruxas". Este foi o termo com que Madonna definiu as acusações de pedófila que recaíram sobre o cantor no anos 90 e que ditaram a sentença de morte sobre a sua carreira, com a qual muitos lucraram e continuam a lucrar.

É um discurso sentido, com 6 minutos, mas que era a única forma de sintetizar com dignidade a marca de Michael Jackson no planeta terra.

Após o discurso, a MTV homenageou Michael Jackson com uma encenação restrospectiva dos seus vídeos em que participou Janet Jackson.