Justin Timberlake apresentou-se a solo em 2002 com Justified, um álbum que colheu as melhores críticas desse ano, não tendo conquistado de imediato o público, talvez porque no seu passado estava escrito uma passagem pela boysband N’Sync e foi preciso demonstrar que havia um talento suficientemente grande para uma carreira a solo.

É claro que nos dias de hoje o talento está em muito associado às escolhas que um artista faz para a produção do seu disco e Justin uniu-se aos que são considerados os melhores nesse campo. Timbaland foi a escolha principal para trabalhar em Justified e volta a fazê-lo neste FutureSex/LoveSounds.

Contudo, são inúmeras as colaborações directas nas músicas deste álbum, e eu quase me atrevia a dizer que este é um disco de uma verdadeira boysband, composta por Justin Timberlake, Timbaland, T.I., will.i.am e Snoop Dogg.

FutureSex/LoveSounds ultrapassou facilmente as vendas do primeiro, fazendo um pleno ao chegar ao primeiro lugar dos dois tops de referência no mundo - Reino Unido e EUA – e, tendo sido lançado só em Setembro passado, já conta com a edição do terceiro single, intitulado What Goes Around... O vídeo do tema apresenta a actriz Scarlett Johansson lado a lado com Justin, um pormenor que logo levou a imprensa cor-de-rosa a fazer rolar a cabeça de Cameron Diaz, vislumbrado-se já uma separação entre esta actriz o cantor.

O álbum tem a particularidade de conter 5 temas duplos, ou seja, que praticamente são o já clássico dois em um. Deste modo, deparamo-nos com faixas que são boas no início e péssimas no fim e vice-versa, porque as diferenças entre as duas parte chegam a ser abismais.

Mais uma vez Justin insiste no hip/hop, rap e funky, e continua a utilizar com frequência o falsete, ao estilo de Michael Jackson. Por seu lado, o funky é descaradamente copiado de Prince, sobretudo no início de Damn Girl, na melodia de Until the End of Time, e mesmo nos beats de Pose e de Sexy Ladies, a fazer-nos recordar Sexy MF do cantor mais famoso (e talvez mais pequeno) de Minneapolis.

Como sempre, nesta nova tendência da música americana, julgo que é ao nível das letras que se regista o maior vazio, como por exemplo em I Think She Knows, que tem esta maravilhosa frase: “she looks like a model, except she’s got a little more ass”.