Definitely, is Gold

Se 2007 foi o ano que revelou Mika, 2008 é o ano da revelação de Sam Sparro,
Um australiano de 25 anos, cujo álbum de estreia homónimo foi editado em Abril/Maio por todo o mundo. O tema de apresentação foi Black and Gold e em pouco tempo invadiu as estações de rádio e os canais de música, tendo chegado a 2º lugar no Top Britânico de singles e o álbum conseguiu escalar até ao 4º posto.

Sam Sparro compara-se a Mika no talento musical, embora um pouco mais eclético, navegando por inúmeros estilos musicais – soul, jazz, funky, groove, electro e dance-music dos anos 90 – numa abordagem retro mas com novas dinâmicas sonoras.


A grande surpresa neste álbum é que Prince tem em Sam Sparro o seu sucessor à altura. Em temas como Cottonmouth, Hot Mess, Cut Me Loose e Clingwrap parece que estamos a ouvir o próprio Prince reinventado. Talvez apontado o caminho que o Príncipe de Minneapolis devia ter seguido nos finais dos anos 90, para que pudesse manter-se na ribalta no novo milénio.

Contudo, neste disco também podemos encontrar outras influências, alguns vestígios de Frankie Goes to Hollywood, dos Scissor Sisters (com quem se assemelha também na excentricidade) e mesmo dos New Order no tema Sick.

A veia musical de Sam Sparro vem provavelmente da parte do pai, um cantor de gospel australiano, chamado Chris Faison, filho de um trompetista que chegou a tocar com Frank Sinatra e Sammy Davis Jr.. Sparro acompanhou o pai nos EUA e no Reino Unido durante as suas digressões e a sua escola musical foi feita a cantar em igrejas! Antes da edição do primeiro álbum, a estreia mediática de Sparro fez-se através de um anúncio para a Mcdonald’s, em que serviu de modelo, e pela presença em séries de tv. Lembremo-nos, por curiosidade, de que também a australiana Kylie Minogue teve um percurso semelhante.


Pelo que observei, Sam Sparro está completamente maravilhado com o sucesso, mas mesmo assim consegue e preocupa-se em manter os fãs a par do seu trabalho através da escrita no seu site, enquanto vai tendo tempo para tal.

O segundo single foi apresentado recentemente, trata-se de 21st Century Life, com uma sonoridade que me faz recordar os últimos trabalhos de George Michael, como por exemplo o tema Faithless. Na minha opinião existem temas melhores no álbum, mas as escolhas para singles são sempre influenciadas pelo potencial do tema atingir as massas.

Em resumo, Sam Sparro é um artista com um verdadeiro potencial, que escreve e compõe as suas músicas, mas também cria o design para o seu artwork. Resta saber se neste momento há vaga na audiência para este tipo de música e um lugar ao sol para Sam Sparro.

Sam Sparro - Sam Sparro [2008]
(Nota: 8/10)

1. Too Many Questions (***)
2. Black and Gold (*****)
3. 21st Century Life (****)
4. Sick (****)
5. Waiting For Time (***)
6. Recycle It (interlude)
7. Cottonmouth (***)
8. Hot Mess (****)
9. Pocket (****)
10. Cut Me Loose (****)
11. Sally (***)
12. Clingwrap (***)
13. Can't Stop This (***)
14. Still Hungry (hidden track) (****)

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Publicada porLuy  

4 comentários:

zehtoh disse... 01/08/08, 16:44  

Ainda só ouvi os singles, mas gostei da sonoridade. A mim também me faz lembrar um pouco gnarls barkley (talvez seja apenas uma sensaçao que se ha-de desvanecer em breve...). Em todo o caso, gostei e tou curioso pra ouvir o resto do album.

Anónimo disse... 01/08/08, 17:25  

Hummm. Então faz como no ginásio: insiste, insiste... e vais acabar por gostar :p

Por acaso os meus ouvidos ficaram agradados só com a primeira audição. Mas há umas bem melhores que outras. Apesar de ter aquelas misturas de estilos é um álbum sobretudo POP...

AFSC disse... 07/08/08, 19:54  

Este rapaz, ou melhor o seu trabalho, conquistou-me totalmente. Alias totalmente o efeito contrário do Mika que ainda hoje em nada me conquista.

Luy disse... 12/08/08, 17:42  

Eu também gosto da musicalidade do Mika. São diferentes, mas ambos muito criativos e talentosos.

A prova de fogo vem sempre com um segundo álbum. Nesse sentido, acho que o Sam Sparro terá mais hipóteses, porque não me parece tão linear como o Mika. We'll see.

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