Os Gato Fedorento saíram da RTP para regressarem à SIC, que foi o canal onde começaram, mais precisamente na SIC Radical. A sua saída da RTP deve ter estado relacionada com números, visto que os Gato estão na ribalta e a SIC está a tentar salvar-se dos últimos afundanços nas audiências. Neste momento, já navega atrás da RTP nalguns períodos do dia e os Gato Fedorento estão a ser personificados no D.Sebastião da estação.

Depois da RTP nos ter levado a uma overdose de Gato Fedorento, com as repetições do “É Uma Espécie de Magazine”, colocando os membros da quadrilha em tudo o que era programa, com entrevistas e comentários “non stop” e um final de ano mais ou menos interessante, eu estava curioso por saber se os Gato iriam conseguir fazer algo de interessante na SIC ou apenas gatinhar. A semana passada assisti (ou gravei para assistir mais tarde) ao programa e fiquei agradado com o que vi.

Numa altura em que este país está completamente desgovernado, em que o poder é dominado por indivíduos ignorantes e sem escrúpulos, que se rodeiam de mais outros tantos indivíduos ignorantes e sem escrúpulos, que procuram por todos os meios calar a opinião pública e oprimir as mentes criativas do país, quando estas não tem a mesma cor política ou não a revelam, e temos uma oposição basicamente inerte, mas que quando é activa é despropositada e inoportuna, só nos restam os Gato Fedorento.

Os Gato Fedorento tornaram-se na verdadeira oposição do Governo neste país. O seu novo programa – “Zé Carlos” – tem arrasado com o Governo e o próprio Presidente da República. No último programa apresentaram o Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, o tal que diz que abaixo do Tejo é um deserto, a fazer a hora da sesta no momento em que o Cavaco Silva fazia o seu discurso no passado dia 5 de Outubro, por ocasião das comemorações da Proclamação da República Portuguesa.